EDUCAÇÃO
INFANTIL
INTRODUÇÃO
O lúdico representa o fundamento da Educação Infantil, e o afeto é base das relações pedagógicas. A criança aprende através do corpo e dos sentidos.
Sendo assim, o presente trabalho trata de sugestões metodológicas específicas da Educação Infantil e 1º ano do Ensino Fundamental, por meio das quais serão enfatizados os EIXOS a serem trabalhados neste segmento, respeitando o desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo dos aprendizes, distribuindo os tempos específicos do Ensino Infantil de acordo com o contexto e a realidade local.
Portanto, o material trata de um trabalho de compilação das informações elencadas elaborado pela Mestranda Maria de Lourdes Neiva Nascimento, Coordenadora Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto de Amajari, tendo por objetivo subsidiar a prática pedagógica do (a) professor (a) através da ludicidade, tornando o processo ensino aprendizagem significativo e eficaz.
''Interessadas em brinquedos e bonecas, atraídos por contos de fadas, mitos, lendas, querendo aprender e criar, as crianças estão mais próximas do artista, do colecionador e do mágico, do que de pedagogos bem intencionados''. Ensino Fundamental de Nove Anos. p. 16.
OS TEMPOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
· ¼ Tempo, para atividades fisiológicas (descansar, comer, escovar dentes etc);
· ¼ Tempo, para jogos mediados;
· ¼ Tempo, para jogos e atividades livres;
· ¼ Tempo, para atividades de convivência orientadas e temáticas.
EIXOS
De acordo com o Referencial Curricular de Educação Infantil, documento que norteia a prática pedagógica desse segmento, há seis eixos temáticos para se trabalhar com crianças na idade pré-escolar. Esses conceitos devem aparecer no dia-a-dia infantil, dentro de suas relações sociais, através de jogos, dinâmicas, brincadeiras, músicas, histórias. O educador deve incentivar o imaginário e o potencial criativo das crianças, promover momentos de diálogo, discussões e reflexões. São eles:
· MOVIMENTO
· MÚSICA
· ARTES VISUAIS
· LINGUAGEM ORAL E ESCRITA
· NATUREZA E SOCIEDADE
· MATEMÁTICA
MOVIMENTO(LINGUAGEM DO CORPO)
A primeira função do ato motor está relacionada à expressividade, permitindo que desejos, estados íntimos e necessidades se manifestem desde o nascimento até a fase adulta, é algo natural.
O movimento desenvolve o controle sobre o corpo, e estimula a criança a aprender, uma vez que atividades repetitivas e com pouco dinamismo causam desinteresse e indisciplina.
Os jogos e brincadeiras representam um meio eficaz no desenvolvimento do processo cognitivo, motor e afetivo. Os conteúdos relacionados ao movimento deverão ser trabalhados inseridos na rotina.
Nisso, os espaços internos e externos devem ser amplos o suficiente para acolher as manifestações da motricidade, pois envolvem a descoberta e a exploração das capacidades físicas e a expressão de emoções, afetos e sentimentos.
CONTEÚDOS:
1. EXPRESSIVIDADE.
· Dança (brincadeira de roda, ciranda, coreografias, improvisação etc.)
· Mímica facial (expressa sentimentos através de gestos, caretas, movimentos etc.)
· Histórias (contar histórias pontuando ideias com gestos expressivos ou dramatizados)
· Brincadeiras (imitação, siga o mestre, seu lobo etc.)
· Dramatização (usar fantasia, maquiagem, roupas velhas de adulto, sapatos e acessórios)
· Exercício de imaginação (derreter como um sorvete, flutuar como um floco de algodão, estátua, balançar como uma folha de árvore, correr como um rio, voar como uma gaivota, cair como um raio.)
2. EQUILÍBRIO E COORDENAÇÃO.
Envolve atividades rítmicas através de brincadeira e jogos individual e em grupos que envolvam correr, subir, descer, escorregar, andar com mudança de ritmo, pendurar-se, movimentar-se, dançar, andar em dupla, dramatizar, lançar, rolar, deitar, alongar, pular corda, jogar bola, andar com obstáculos, equilibrar balão nas mãos e nos pés, saltar com obstáculos entre tornozelos, imitar, gestos, cabo de guerra, equilibrar objetos na cabeça, quebra-cabeça, recortar, colar, encaixar, manusear objetos, imitar, imaginar, recontar, produzir objetos diversos, jogar bolinhas de gude, lançamento, boliche, bambolê, esconde-esconde, pega-pega, amarelinha, coelhinho sai da toca, etc.
OS JOGOS, BRINCADEIRAS E ATIVIDADES RELACIONADOS DESENVOLVEM:
· Lateralidade (esquerdo direito, embaixo, em cima, longe, perto etc)
· Coordenação motora fina (escrever, recortar, colar, contornar, desenhar, encaixar, empilhar)
· Coordenação motora grossa (andar, correr, pular, rodar, etc)
· Noções espaciais, temporais, criatividade, habilidades de equilíbrio, força, velocidade, resistência, flexibilidade, concentração, memória, percepção viso-motor, tátil, auditiva, controle muscular, disciplina, atenção, respeito, solidariedade, amizade, cooperação, altruísmo, respeito, imaginação, criatividade, espontaneidade, companheirismo, equilíbrio emocional e afetivo, manifestação da preferência no uso de uma das mãos (destra ou canhota).
MÚSICA
É através da música que as crianças começam a vivenciar ritmo, gestos, atitudes, ações, isso acontece por meio de canções e danças, é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio.
A música está presente em todas as culturas e nas mais diversas situações: festas, comemorações, rituais religiosos, manifestações cívicas, políticas etc. É uma das formas importantes de expressão humana, o que por si só justifica sua presença no contexto da educação de um modo geral. Na Educação Infantil particularmente, deve ser trabalhada em situações lúdicas, fazendo parte do contexto global das atividades, podendo também ser colocada de acordo com o gosto e a solicitação dos alunos.
A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da autoestima e autoconhecimento, além de poderoso meio de integração social.
É relevante trabalhar com jogos e brincadeiras que envolvam a dança e a improvisação musical.
CONTEÚDOS:
1. O FAZER MUSICAL.
· As crianças não querem apenas ouvia a música, mas também participar.
· Criar repertório de canções para desenvolver memória musical, o ritmo e a expressão corporal;
· Participar em jogos e brincadeiras que envolvam música e dança;
· Sonorização de histórias;
· Interpretação musical;
· Rimas;
· Cantigas de roda, canções folclóricas e populares;
· Através da música e da dança é possível trabalhar o esquema corporal.
2. APRECIAÇÃO MUSICAL.
· Escutar obras musicais de diferentes gêneros;
· Construir situações que integrem músicas, canções e movimento corporal;
· Informar sobre obras ouvidas e seus compositores para iniciar conhecimento sobre produção musical;
· Reconhecimento e utilização expressiva, em contextos musicais das diferentes características geradas pelo silêncio e pelos sons;
· Altura: grave ou agudo;
· Duração: curtos ou longos;
· Intensidade: fracos ou fortes;
· Timbre: característica que distingue e personaliza cada som.
ARTES VISUAIS
As artes visuais expressam, comunicam e atribuem sentido a sensações, sentimentos, pensamentos e realidade por meio da organização de linhas, formas, pontos, tanto bidimensional como tridimensional, além de volume, espaço, cor e luz na pintura, no desenho, na escultura, na gravura, na arquitetura, nos brinquedos, bordados, entalhes, dobraduras, fantoches etc.
As Artes Visuais estão presentes no cotidiano da vida infantil. Ao rabiscar e desenhar no chão, na areia e nos muros, ao utilizar materiais encontrados ao acaso, (gravetos, pedras, carvão), ao pintar os objetos e até mesmo seu próprio corpo, a criança pode utilizar-se das Artes Visuais para expressar experiências sensíveis.
CONTEÚDOS:
1. O FAZER ARTÍSTICO.
Deve proporcionar a criança situações em que criem livremente, explorando os diversos materiais existentes: lápis preto, lápis de cor, lápis de cera, canetas, giz, carvão, penas, gravetos etc. Utilizando suportes de diferentes tamanhos e texturas: papel, cartolina, lixas, chão, areia, terra etc.
Criação de desenhos, pinturas, colagens, modelagens a partir de seu próprio repertório e da utilização dos elementos da linguagem das Artes Visuais: Ponto, linha, forma, cor, volume, espaço, textura, contraste, luz;
Através do desenho ou contorno a criança aprende conteúdo, desenvolve coordenação motora e imaginação. O desenho fornece novas possibilidades de expressão e de compreensão do mundo e de si mesmo;
· Explorar e utilizar procedimentos para desenhar, pintar, criar etc;
· Exploração dos espaços bidimensionais e tridimensionais na realização de atividades artísticas;
· Valorização das atividades criativas de cada um, bem como de modo geral;
· Organização e cuidado com os materiais no espaço físico da sala;
· Respeito e cuidado com os objetos produzidos individualmente e em grupo;
· Diversidade de produções artísticas, como; desenhos, pinturas, dobraduras, fotografias, ilustrações, estátuas, modelagens etc;
· Produzir tintas a partir da mistura de diversos objetos, por exemplo: papel colorido, folha seca, verde com água, barro e outros;
· Pintar sobre diferentes espessuras, por exemplo: ex: papel liso, rugado, lixa, tecido etc;
· Usar a tinta em diversas situações: soprando em canudo, esponja, tecido, dedos, pincel etc;
· Utilizar papel com algo já rabiscado, recorte, colagem de parte de uma figura, onde as crianças irão trabalhar a partir do que já consta no papel;
· Confeccionar brinquedos (bilboquê, máscaras, mosaico, carrinho, boneca etc).
2. APRECIAÇÃO EM ARTES VISUAIS.
Leitura de obras de arte a partir da observação, narração, descrição e questionamentos;
· Trabalho com reciclagem;
· Construção de painel para expor os trabalhos.
LINGUAGEM ORAL E ESCRITA
A aprendizagem da linguagem oral e escrita é um dos elementos importantes para as crianças ampliarem suas possibilidades de inserção e de participação nas diversas práticas sociais.
O trabalho com a linguagem se constitui em um dos eixos básicos na educação infantil, dada sua importância para a formação do sujeito, para a interação com as outras pessoas, na orientação das ações das crianças, na construção de muitos conhecimentos e no desenvolvimento do pensamento.
A educação infantil, ao promover experiências significativas de aprendizagem da língua, por meio de um trabalho com a linguagem oral e escrita, constitui-se em um dos espaços de ampliação das capacidades de comunicação, expressão e de acesso ao mundo letrado pelas crianças. Essa ampliação está relacionada ao desenvolvimento gradativo das capacidades associadas às quatro competências linguísticas básicas: falar, escutar, ler, e escrever.
CONTEÚDOS:
1. FALAR E ESCUTAR.
Uso de linguagem oral para conversar, brincar, comunicar e expressar desejos, necessidades, opiniões, ideias, preferências, sentimentos e relatar suas vivências nas diversas situações de interação presentes no cotidiano.
Criar situações em que as crianças expressem suas vivências e opiniões sobre determinado assunto(perguntas, respostas, conversa informal e formal)
Reconto de histórias com aproximação às características da história original no que se refere à descrição de personagens, cenários e objetos, com ou sem a ajuda do professor;
· Reprodução oral de poemas, canções, contos, parlendas, trava-língua etc;
· Produção de poemas;
· Escuta e compreensão de textos lidos pelo professor;
· Interpretação de fatos;
· Percepção sensorial, através de desenho interpretativo;
· Entrevista;
· Telefone sem fio;
· Hora da surpresa.
2. PRÁTICA DE LEITURA.
As crianças devem participar de situações em que os adultos leem textos de diferentes gêneros, como canções, poemas, histórias em quadrinhos, informativos instrutivos, contos e curiosidades, pois precisam reter a função social da leitura;
Oportunizar á criança leitura, mesmo que ainda não faça de maneira convencional para que esta possa familiarizar-se com os diversos gêneros literários e absorver valores;
Observação e manuseio de materiais impressos (livros, revistas, gibis, jornal, textos diversos etc);
Valorização da leitura como fonte de prazer e entretenimento;
Trabalhar leitura e escrita a partir do nome da criança; Iniciar reconhecimento de letras a partir de textos;
Trabalhar com alfabeto móvel; Participação em debates relacionados a determinado tema, ao autor e ao gênero textual;
Estabelecimento de relações entre o texto e ilustrações ou fotos que acompanham;
Formulação de hipóteses a respeito do conteúdo do texto, antes de sua leitura;
Leitura hipotética de palavras, tendo como referência a imagem de algo que as represente;
Caça letras, palavras;
Leitura de embalagens;
Recontar histórias;
Cruzadinha/enigma/jogo da trilha.
3. PRÁTICA DE ESCRITA.
Alguns textos são adequados para o trabalho com a linguagem escrita nessa faixa etária: receitas culinárias, regras de jogos, textos impressos em embalagens, rótulos, anúncios, slogans, cartazes, cartas, bilhetes, cartões postais, de natal, convite de aniversário, diário de classe, história em quadrinho, jornais, adivinhas, revistas, poemas, músicas, adivinhas, trava-línguas, contos de fada de assombração, mitos, lendas etc.
· Identificação das letras do alfabeto nas palavras e textos;
· Reconhecimento e escrita do próprio nome e de outros;
· Escrita do alfabeto (letra de forma)
· Desenhos produzidos através de histórias;
· Desenhos produzidos através de gestos;
· Desenho livre, etiquetar objetos da escola;
· Colagem de textos;
· Contorno de letras usando material concreto.
· Ditado (as crianças contam um fato/história e a(o) professora(o) escreve)
NATUREZA E SOCIEDADE
O mundo onde as crianças vivem se constitui em um conjunto de fenômenos naturais e sociais indissociáveis diante do qual elas se mostram curiosas e investigativas. Desde muito pequenas, pela interação com o meio natural e social em que vivem, as crianças aprendem sobre o mundo, fazendo perguntas e procurando respostas às suas indagações e questões.
Muitos são os temas pelos quais as crianças se interessam: pequenos animais, bichos de jardim, dinossauros, tempestades, tubarões, castelos, heróis, festas da cidade, programas de TV, notícias da atualidade, histórias de outros tempos etc. As vivências sociais, as histórias, os modos de vida, os lugares e o mundo natural são para as crianças parte de um todo integrado.
O eixo de trabalho denominado Natureza e Sociedade reúne temas pertinentes ao mundo social e natural.
Os mitos e lendas representam uma das muitas formas de explicar os fenômenos da sociedade e da natureza e suas diferenças.
A observação e a exploração do meio constituem-se duas das principais possibilidades de aprendizagem das crianças. O professor precisa partir de perguntas interessantes, em lugar de apresentar imediatas explicações.
CONTEÚDOS:
1. ORGANIZAÇÃO DOS GRUPOS E SEU MODO DE SER, VIVER E TRABALHAR
Histórias, brincadeira, jogos e canções que digam respeito às tradições culturais de sua comunidade e de outras;
Conhecimento de modos de ser, viver e trabalhar de alguns grupos sociais do presente e do passado;
Participação em situações que envolvam a combinação de algumas regras de convivência em grupo e uso dos materiais e do espaço, quando isso for pertinente;
Criar situações de brincadeiras nas quais as crianças escolham os parceiros, os objetos e o espaço, agindo criativamente sobre ambos;
Participação de meninos e meninas igualmente em brincadeiras de futebol, casinha, pular corda etc;
Participação na realização de pequenas tarefas do cotidiano que envolvam ações de cooperação, solidariedade e ajuda na relação com os outros;
Respeito às características pessoais relacionadas ao gênero, etnia, peso, estatura, cor, meio social etc;
Valorização da limpeza e aparência pessoal;
Respeito e valorização da cultura de seu grupo de origem e de outros grupos;
Valorização dos cuidados com os materiais de uso individual e coletivo;
Trabalhar as datas comemorativas:
Dia das mães, pais, mulher, crianças, índio, páscoa, 7 de setembro, libertação dos escravos, trabalho, etc. Nas datas comemorativas é essencial que haja envolvimento de toda a escola, construção de material relacionado á data, por exemplo: chapéu de soldado, lembrancinhas para as mães, pais, páscoa, desenhos e pinturas relacionados ás datas etc.
2. OS LUGARES E SUAS PAISAGENS.
· Paisagem natural e modificada (visitar)
· Estações do ano (observar o tempo)
· As plantas (cultivar, ter contato)
· Os animais (observar, ter na sala)
· Origem e produção dos alimentos (observação)
· Filme (pertinente ao assunto)
· As queimadas (fotos, filme)
· Vida no campo e na cidade (entrevista)
· Os dias da semana, meses e ano (calendário)
3. OBJETOS E PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÃO.
· Prevenção de acidentes (livros, filmes)
· Meios de transportes (fotos, brinquedos)
· Meios de comunicação (fotos)
· As tecnologias (fotos, brinquedos, visualização)
4. OS SERES VIVOS.
· Diferentes tipos de animais (lagartixa, minhocas, aranhas, filhotes etc).
· Cuidados com o próprio corpo (alunos, sabão, shampoo, escova, creme dental. etc).
· As vitaminas (frutas, verduras, legumes etc).
· Coleção (besouros, formigas, folhas secas ou verdes etc).
· O cuidado com os animais domésticos (cachorro, gato, coelho etc).
5. FENÔMENOS DA NATUREZA.
· O sol, lua, trovões, relâmpagos, neve, chuva, vulcões, furacões, estrelas e arco-íris (observação, fotos, filme, experiência)
· Luz natural e artificial/energia/calor/frio;
· Mistura de elementos (cores, água e areia, barro, óleo, isopor, ferro)
· Passeio:
· Conhecer as dependências da escola: salas, cozinha, copa, laboratórios etc, visitar rios, matas, paisagem natural e paisagem modificada, comércio etc;
· Contato com pequenos animais e plantas (formiga, lagartixa, rã etc)
· Construir horta, plantar uma árvore nas dependências da escola ou da comunidade;
· Valorização de atitudes relacionadas à saúde e ao bem estar individual e coletivo;
· Atividades relacionadas aos recursos naturais (água, ar, terra, plantas, vegetais);
· Filmes livres ou dirigidos;
· Coleta de dados (as crianças poderão pesquisar informações sobre determinado assunto trabalhado em sala de aula, por exemplo: reciclagem, mosquito da dengue etc).
MATEMÁTICA
As crianças, desde o nascimento estão imersas em um universo do qual os conhecimentos matemáticos são parte integrante, elas participam de uma série de situações envolvendo números, relações entre quantidades, noções sobre espaço. Utilizam recursos próprios e pouco convencionais, recorrem a contagem e operações para resolver problemas no cotidiano, como: conferir figurinhas, marcar e controlar os pontos de um jogo, repartir as balas entre amigos, mostrar com os dedos a idade, manipular o dinheiro e operar com ele etc . Essa vivência inicial favorece a elaboração de conhecimentos matemáticos.
O trabalho com noções matemáticas na educação infantil atende, por um lado, às necessidades das próprias crianças de construírem conhecimentos que incidam nos mais variados domínios do pensamento; por outro, corresponde a uma necessidade social de instrumentalizá-las melhor para viver, participar e compreender um mundo que exige diferentes conhecimentos e habilidades. A matemática deve estar inserida no cotidiano da criança.
Utilização de contagem oral em jogos, brincadeiras e em situações nas quais as crianças reconheçam sua necessidade.
CONTEÚDOS:
1. NÚMEROS E SISTEMA DE NUMERAÇÃO.
· Identificação e escrita de números (carros, roupas de jogadores, livros, revistas, casas, número de sapatos etc)
· Sucessor e antecessor/números ordinais (alunos)
· Datas de determinado acontecimento (os aniversariantes ou datas comemorativas) Pesquisa: os alunos podem pesquisar a idade dos pais, a quantidades de irmãos,
· Anotar em tabela e criar problemas, por exemplo: quem tem mais irmãos na sala? quantos pais têm 32 anos? etc.
2. GRANDEZAS E MEDIDAS.
· Maior/menor, longe/perto, alto/baixo, comprido/curto, muito/pouco...
· Unidade de medida (painel com a medida dos alunos, usar fita métrica)
· Peso (balança)
· Experiência com dinheiro em brincadeiras (mercadinho)
· Jogo da velha.
3. ESPAÇO E FORMA.
Tangran/Dominó (lenda, construção)
Formas geométricas: (círculo, retângulo, triângulo, quadrado (madeira, eva, biscoito, espaço etc)
Trajetória (falar ou desenhar sobre o percurso percorrido da casa até a escola)
Coleção e registro em grupo (pedrinhas, folhas, tampinhas, besouros)
Orientação temporal (rotina) calendário, dia, mês e ano;
Jogos de esconder ou de pega, nos quais um dos participantes deve contar, enquanto espera os outros se posicionarem;
Brincadeiras e cantigas que incluem diferentes formas de contagem: a galinha do vizinho bota ovo amarelinho, bota um, bota dois, bota três, bota quatro, bota cinco, bota seis, bota sete, bota oito, bota nove e bota dez: um, dois, feijão com arroz, três, quatro, feijão no prato, cinco, seis, feijão inglês, sete, oito, comer biscoito, nove, dez, comer pastéis.
CENTRO DE INTERESSES
A criança aprende através da visualização, principalmente quando é construída por ela mesma.
O professor necessita ter conhecimentos prévios dos alunos diante de determinado assunto a ser trabalhado através de conversa formal, informal e atividades dirigidas ou livres.
CANTINHO DO TEMPO:
· Calendário;
· Como está o tempo?
· Aniversariantes;
· Cartaz de prega (frequência dos alunos)
CANTINHO DA LEITURA:
· Alfabeto nas quatro formas;
· Livros, revista, gibis, jornais etc;
· Paisagens, imagens, jogos etc.
CANTINHO DA MATEMÁTICA:
· Número com quantidades;
· Jogos matemáticos;
· Figuras geométricas;
· Tangran.
CANTINHO DA NATUREZA:
· Plantas, besouros, pedrinhas;
· Experiência: algodão molhado com grãos de feijão;
· Mistura de cores etc.
CANTINHO DA HISTÓRIA:
· Produção feita pelas crianças de acordo com história contada;
· Livros de historinhas.
ROTINA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
· Momento cívico;
· Música;
· Oração;
· Calendário (dia, mês, ano);
· Como está o tempo hoje?
· Conversa informal;
· Leitura (história)
· Cartaz de prega (frequência);
· Higiene: lavar mãos para o lanche e após usar o banheiro;
· Higiene bucal;
· Organização da sala ou outro espaço usado nas atividades de produção de artes e outras.
AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A avaliação deve acontecer de várias formas, pois cada criança possui maneiras diferentes de expressar o que aprendeu. O professor precisa interpretar a produção da criança para poder avaliar, por isso o mesmo deve conhecer as fases do desenvolvimento infantil de Jean Piaget.
A observação é o principal instrumento na avaliação da educação infantil, por isso, esta precisa ser contínua, ou seja, todos os dias o (a) professor (a) precisa observar seus alunos e fazer anotações acerca do seu comportamento e seu desenvolvimento não apenas na sala de aula, mas nas outras dependências da escola: pátio, corredores, hora do lanche, nas atividades livres e dirigidas, bem como a relação com outras crianças e adultos.
Verificar através de atividades individual e coletiva: a escrita, oralidade, aspecto emocional diante de determinada situação, espontaneidade, conhecimentos prévios, vocabulário, interpretação de fatos e análise textual (desenho).
O professor precisa observar a contextualização social, histórica, econômica, religiosa, cultural, étnica e afetiva na qual estão inseridas as crianças.
Verificar percepções sensoriais, através do desenho interpretativo e leitura de mundo. Analisar as capacidades psicomotoras amplas e finas, através de atividades recreativas, de desenho, pintura, colagens, dobraduras e musical etc.
No momento da avaliação o (a) professor (a) deve levar em consideração três aspectos:
COGNITIVO: está relacionado às aprendizagens dos conteúdos e aos conhecimentos prévios dos alunos.
PSICOMOTOR: está relacionado aos movimentos (segurar objetos, andar, correr, pular escrever, desenhar, pintar, recortar, dobrar etc.)
AFETIVO/SOCIAL: está relacionado à interação do aluno com outras pessoas: colegas de sala, professores, gestores, pais e outros.
Obs: no diário de classe será usado C(compareceu) para o aluno presente e
F(faltou) para o aluno ausente.
PLANEJAMENTO
O planejamento é um processo permanente que faz parte do nosso dia a dia nas diversas situações da vida, não poderia ser diferente com o fazer pedagógico.
O plano de aula é a principal ferramenta do professor, pois neste constam todas as atitudes que serão desenvolvidas durante a aula. É necessário que o professor faça no início do ano letivo um diagnóstico da turma com que irá trabalhar durante o ano (as primeiras semanas de atividades nas quais o professor perceba o desenvolvimento da turma, só então, partindo desse processo irá trabalhar)
Nisso, o planejamento é caracterizado pelos seguintes passos:
OBJETIVOS: são metas estabelecidas, indicam o que o professor gostaria que o aluno aprendesse em determinada aula. Iniciam sempre com verbos no infinitivo, por exemplo: compreender, saber, definir, apontar, descrever, localizar etc.
CONTEÚDO: está relacionado ao assunto que será abordado durante a aula, por exemplo: o corpo humano, as vogais, a vida no campo e na cidade, as plantas, os animais, a construção de brinquedo (especificar), a dobradura (especificar).
METODOLOGIA: são os meios utilizados para facilitar a aprendizagem por exemplo: música em que conste o assunto abordado, através de brincadeiras, recorte, desenho, jogos etc.
RECURSOS: todo o material utilizado durante a aula, por exemplo: papel, cola, lápis, areia, massinha, fotos, filme etc.
AVALIAÇÃO: deve ser feita através da observação em todos os momentos, não apenas na sala de aula.
Sugestão de verbos para serem usados em plano de aula:
Definir, apontar, registrar, marcar, recortar, relatar, adquirir, descrever, explicar, expressar, identificar, localizar, transcrever, conceituar, situar, representar, interpretar, aplicar, usar, demonstrar, dramatizar, praticar, traçar, anotar, desenhar, executar, utilizar, empregar, traçar, distinguir, analisar, diferenciar, calcular, experimentar, provar, comparar, investigar, debater, classificar, deduzir, discriminar, determinar, separar, organizar, verificar, estabelecer, reconhecer, coordenar, formular, coordenar, construir, criar, organizar, dirigir, escrever, especificar, produzir, argumentar, selecionar, escolher, valorizar, medir, conferir.
IMPORTÂNCIA DO CONTAR E RECONTAR HISTÓRIAS
Contar e recontar história permite o contato com a linguagem escrita padrão: as histórias lidas em voz alta, a partir do livro, contribuem para familiarizar a criança com as características da linguagem escrita, que é diferente da linguagem que usamos para conversar informalmente – a linguagem oral. Além de ampliar o vocabulário das crianças, porque muitas vezes existem nos livros palavras que elas não conhecem. O contato com a linguagem escrita estimula o desenvolvimento de estratégias de processamento da linguagem, importantes para o sucesso posterior na escola, pois desenvolve a criatividade.
A criança aprende a lidar com seus medos e expectativas. É ouvindo histórias que se pode sentir emoções importante, como a raiva, a tristeza, o medo, a alegria, a insegurança, a tranquilidade. Vivenciar essas emoções por meio dos personagens das histórias auxilia a criança a esclarecer e a lidar com suas próprias angústias, como a morte, a perda dos pais, o preconceito.
É através de uma história que se pode descobrir outros lugares, outras épocas, outros modos de ser e de agir bem como auxilia no aprendizado de novos conhecimentos.
Para recontar uma história é preciso que a criança a tenha ouvido ou lido anteriormente, no caso de crianças pré-escolares. Trata-se de ouvir histórias, pois estamos lidando com crianças ainda não-leitoras. O adulto, ou mesmo uma criança mais velha, assume nesta atividade, um papel importante, pois tem mais experiência com o assunto: seus esquemas de histórias já estão mais desenvolvidos. O adulto, então, conta ou lê histórias para que as crianças as recontem.
As histórias podem ser contadas:
· A partir do livro de história – livros com texto e livros de imagens sem texto;
· Com objetos e sucata (formas animadas)
· Com dobraduras de papel – origami – que podem estar prontas ou serem dobradas no momento da história;
· Com fantoches manufaturados (prontos) ou feitos a partir de diversos materiais;
· Oralmente, sem apoio algum.
É muito importante que esse tipo de atividade seja uma rotina. A leitura diária não significa necessariamente um livro diferente a cada dia, pois as crianças costumam eleger alguns livros como seus favoritos e pedem que sejam lidos repetidas vezes.
Algumas estratégias podem ser usadas pelo professor(a) na contação de histórias como:
Conversar antes da história. Uma breve conversa inicial facilita o entendimento do que vai ser contado e evita que haja muitas interrupções posteriores. Por exemplo, em história de bichinhos, permite que a criança fale de seus bichos. Quando aparece uma palavra diferente, dar sinônimos antes para facilitar a compreensão no momento do contar;
Modalidades e possibilidades da voz. As emoções se transmitem pela voz. Então deve-se sussurrar quando a personagem fala baixinho ou está pensando em algo importante; é bom levantar a voz quando uma algazarra aparece na história ou fala de mansinho quando a ação é calma... É oportuno também dar pausas quando uma coisa importante vai acontecer – E de repente...;
Posição do professor ou do contador. É conveniente que todas as crianças tenham acesso visual a quem está contando e ao livro ou aos objetos, bonecos fantoches que estão sendo manipulados.
Leitura de forma literal. No caso dos livros de histórias, é importante ler da maneira como está nos livros. Por vezes ler apontando, para que a criança entenda que se lê da esquerda para a direita e de cima para baixo.
Conversar depois da história. É importante que o professor ou o contador mantenham-se aberto às perguntas das crianças, particularmente as maiores, incentivando-as à troca de comentários sobre a história (se gostaram, o que acharam de tal ou qual personagem, etc.)
RECONTAR HISTÓRIAS.
Depois que o professor (ou o contador) apresentou a história, várias atividades podem ser realizadas, entre elas está o incentivar as crianças a recontá-la, sem, contudo, utilizá-la como pretexto para ensinar conteúdos.
É importante que a criança seja orientada no seu recontar, pois isso a auxilia a prestar atenção nos elementos importantes – cenário (onde e quando ocorreu a história), personagens, os eventos iniciais intermediários e finais. Há níveis de ajuda, de acordo com a dificuldade da criança. Perguntas do tipo “E daí?” ou “O que aconteceu depois?” Auxiliam a criança a relembrar a história. Nos casos em que a criança não consegue sequer iniciar a história, podem ser feitas perguntas mais gerais, tais como: - Sobre o que falava a história? Quando, como e onde a história começou? Quais eram os personagens? O que aconteceu na história? Como a história terminou?
Podemos, também, perguntar detalhes: O que fulano tentou fazer para resolver o problema? O que aconteceu quando fulano fez tal ação?
Podem ser feitas perguntas do tipo: Por que aconteceu? O que fulano queria? Por que ele fez tal coisa?
Podem, ainda, ser dado início à história e pedir que a criança a continue.
RECONTAR HISTÓRIAS COMO ESTRATÉGIA DE AVALIAÇÃO
Além de ser uma atividade importante para a criança, o recontar história pode ser utilizada como estratégia de avaliação pelo professor.
Finalizando, vale à pena lembrar que a atividade de recontar histórias não precisa tornar-se a mais importante do rol de atividades do currículo pré-escolar; todavia, não se pode deixá-la de lado como estratégia que pode promover o desenvolvimento das crianças. Trata-se de uma alternativa que tem a sua especificidade e importância e com a qual o professor pode enriquecer o trabalho que realiza com os alunos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
· Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil /Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental-Brasília:MEC/SEF, 1998. 3V:.il
· Ensino Fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade/ organização Jeanete Beauchamp al- Brasilia: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007
· Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional N° 9.394/Promulgada em 20/12/1996 Editora do Brasil.S/A
· Emilia Ferreiro: Reflexões sobre alfabetização. 12 edição. São Paulo, Ed. Cortez, 1985.
ADAPTAÇÃO/ORGANIZAÇÃO
MARIA DE LOURDES NEIVA NASCIMENTO
Graduada em Pedagogia, Pós-Graduada em Psicopedagogia, Mestranda em Ciências da Educação, Coordenadora Pedagógica da SEMECD.
E-mail: luneivanobre@hotmail.com
E-mail: mneivanascimento@yahoo.com
Blog: malunobre.blogspot.com
REVISÃO GRAMATICAL
SANDRA GRUTZMACHER
Especialista em Literatura Brasileira Portuguesa
Docente do Instituto Federal de Roraima IFRR/ Campus Amajari
FORMATAÇÃO
VINÍCIUS TOCANTINS MARQUES
Analista de Sistema – Pós Graduando em Segurança de Redes e Computação Forense
Docente de Informática do Instituto Federal de Roraima e Coordenador de Tecnologia da Informação do IFRR/Campus Amajari
“A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces.”
Aristóteles.
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ESTE BLOG FOI FEITO COM OBJETIVO DE AUXILIAR DE ALGUMA FORMA OS PROFESSORES QUE ATUAM NA EDUCAÇÃO INFANTIL
AO 5º ANO DO FUNDAMENTAL MENOR.
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